Princípios
Fundamentais do Esporte Educacional
Sábado, 19 de Julho de 2008
O conceito de esporte-educação ou esporte educacional surge a partir da Carta Internacional da Educação Física, elaborada pela UNESCO, que renovou os conceitos do esporte em função da reação mundial pelo uso político do esporte durante a Guerra Fria.
Por ocasião dos Jogos Escolares Brasileiros (JEBs), em 1985, iniciou-se no Brasil o debate sobre o esporte educacional. Em 1993 a Lei 8672/1993 e o Decreto 981/1993 reforçam o conceito de Esporte Educacional ao afirmar que a hipercompetitividade e a alta seletividade invalidam a prática esportiva educacional. E em 1995 com a criação do Ministério Extraordinário dos Esporte e do INDESP (Instituto Nacional do Desenvolvimento do Esporte) foi elaborado um documento-ensaio com os princípios fundamentais do esporte educacional, que são:
*
Princípio da Totalidade: a prática esportiva educacional deve fortalecer a unidade do homem consigo, com o outro e com o mundo, tendo como elementos indissociáveis a emoção a sensação, o pensamento e a intuição. Nesse princípio, os praticantes do esporte educacional deverão fortalecer o conhecimento, a auto-estima e a auto-superação, tudo isso desenvolvido dentro de um ambiente de respeito e preservação das individualidades.
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Princípio da Co-Educação: o esporte educacional integra situações heterogêneas de sexo, idade, nível socio-econômico, condições físicas, etc. das pessoas envolvidas nas práticas esportivas.
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Princípio da Emancipação: também introduzido nas atividades esportivas educacionais, busca levar os participantes a situações estimulantes de desenvolvimento da independência, autonomia e liberdade.
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Princípio da Participação: estão todas as ações que levam os protagonistas do esporte educacional a interferir na realidade através da participação. Esse princípio compromissa os praticantes no campo social do esporte pelas vivências que essa participação oferece.
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Princípio da Cooperação: ao registrar situações de individualismo, promove ações conjuntas para a realização de objetivos comuns durante a prática do esporte educacional."
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Princípio do Regionalismo: remete os praticantes do esporte educacional a situações de respeito, proteção e valorização das raízes e heranças culturais.
Sábado, 19 de Julho de 2008
O conceito de esporte-educação ou esporte educacional surge a partir da Carta Internacional da Educação Física, elaborada pela UNESCO, que renovou os conceitos do esporte em função da reação mundial pelo uso político do esporte durante a Guerra Fria.
Por ocasião dos Jogos Escolares Brasileiros (JEBs), em 1985, iniciou-se no Brasil o debate sobre o esporte educacional. Em 1993 a Lei 8672/1993 e o Decreto 981/1993 reforçam o conceito de Esporte Educacional ao afirmar que a hipercompetitividade e a alta seletividade invalidam a prática esportiva educacional. E em 1995 com a criação do Ministério Extraordinário dos Esporte e do INDESP (Instituto Nacional do Desenvolvimento do Esporte) foi elaborado um documento-ensaio com os princípios fundamentais do esporte educacional, que são:
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Princípio da Totalidade: a prática esportiva educacional deve fortalecer a unidade do homem consigo, com o outro e com o mundo, tendo como elementos indissociáveis a emoção a sensação, o pensamento e a intuição. Nesse princípio, os praticantes do esporte educacional deverão fortalecer o conhecimento, a auto-estima e a auto-superação, tudo isso desenvolvido dentro de um ambiente de respeito e preservação das individualidades.
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Princípio da Co-Educação: o esporte educacional integra situações heterogêneas de sexo, idade, nível socio-econômico, condições físicas, etc. das pessoas envolvidas nas práticas esportivas.
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Princípio da Emancipação: também introduzido nas atividades esportivas educacionais, busca levar os participantes a situações estimulantes de desenvolvimento da independência, autonomia e liberdade.
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Princípio da Participação: estão todas as ações que levam os protagonistas do esporte educacional a interferir na realidade através da participação. Esse princípio compromissa os praticantes no campo social do esporte pelas vivências que essa participação oferece.
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Princípio da Cooperação: ao registrar situações de individualismo, promove ações conjuntas para a realização de objetivos comuns durante a prática do esporte educacional."
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Princípio do Regionalismo: remete os praticantes do esporte educacional a situações de respeito, proteção e valorização das raízes e heranças culturais.
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4 anos atrás
ESPORTE
PARTICIPAÇÃO
Introdução
Não há dúvida que ocorreu uma transformação do conceito esporte no Brasil. Nos locais públicos como nas praças, nos parques assistimos ao nascimento de um novo conceito de esporte, o chamado por Dieckert (1984) de “esporte de lazer”.
A junção de dois termos abrangentes, lazer e esporte, enseja estabelecer um outro sentido para o esporte. Porque o esporte de alto-rendimento não tem nada de idílico, e está muito distante daquilo que consideramos lazer. No esporte de auto-rendimento há a busca do primeiro lugar sempre, síndrome do vencedor e ambição ao recorde. Lembrando que as regras são impostas, não existe interação entre os sujeitos e as regras, a discriminação é total já que separa os aptos dos inaptos, bem como a separação histórica por gênero, idade e nível técnico. O tempo é curto, a vida de atleta é muito curta, se comparada ao esporte de lazer que é para a toda vida. No esporte de auto-rendimento temos como premissa o trabalho e o autoritarismo, com estruturas rígidas dos técnicos, dos diretores, patrocinadores. O atleta aliena seu corpo para a busca do recorde, ficando preso ao sistema financeiro pelos patrocínios e pelo sistema científico com as técnicas, os treinos e os equipamentos.
Realizar atividades físicas sem pretensão de superar índices individuais para apenas sentir-se integrado ao meio ambiente; ser atraído para a prática de um esporte despojado de comparações atléticas; sentir-se satisfeito pela convivência com as pessoas; perceber a facilidade de acesso à prática das atividades físicas e esportivas oferecidas por uma estrutura de funcionamento organizada com segurança para a integridade pessoal de todos; tornar possível a realização do convívio social e seu aproveitamento, decorrente do esporte; favorecer uma prática esportiva que elimine diferenças no sentido de democratizar o bem estar: esses são alguns dos preceitos que nascem da prática do esporte hoje. Neste ensaio pretendemos caracterizar exatamente este esporte que se agrega aos valores do lazer.
Esporte Participação
O que assistimos hoje é o esporte renascendo para a transformação dos valores contemporâneos, talvez mais próximos do que Dumazedier (1979) chamava de esporte participação, ou, hoje, denominado esporte de lazer. A mudança do sentido na prática cotidiana do esporte de auto-rendimento para esporte de lazer ocorreu através da projeção do lazer enquanto elemento intrínseco à atividade humana, transformando as práticas esportivas no tempo livre em entretenimento, diversão, participação, bem estar e qualidade de vida.
Na década de 1970 iniciou-se uma ampla pesquisa para compreender a ressonância das atividades de tempo livre. Houve uma nítida metamorfose no conceito esporte, vinculado à performance máxima, a ambição do recorde e busca de reconhecimento. O esporte sempre fora ligado ao mito do super-homem, veiculado à ascensão social, principalmente em países de terceiro mundo, onde as oportunidades de emprego são escassas. A metamorfose, da década de 1970, foi exatamente na passagem do esporte de auto-rendimento para a busca do lazer
Não há dúvida que ocorreu uma transformação do conceito esporte no Brasil. Nos locais públicos como nas praças, nos parques assistimos ao nascimento de um novo conceito de esporte, o chamado por Dieckert (1984) de “esporte de lazer”.
A junção de dois termos abrangentes, lazer e esporte, enseja estabelecer um outro sentido para o esporte. Porque o esporte de alto-rendimento não tem nada de idílico, e está muito distante daquilo que consideramos lazer. No esporte de auto-rendimento há a busca do primeiro lugar sempre, síndrome do vencedor e ambição ao recorde. Lembrando que as regras são impostas, não existe interação entre os sujeitos e as regras, a discriminação é total já que separa os aptos dos inaptos, bem como a separação histórica por gênero, idade e nível técnico. O tempo é curto, a vida de atleta é muito curta, se comparada ao esporte de lazer que é para a toda vida. No esporte de auto-rendimento temos como premissa o trabalho e o autoritarismo, com estruturas rígidas dos técnicos, dos diretores, patrocinadores. O atleta aliena seu corpo para a busca do recorde, ficando preso ao sistema financeiro pelos patrocínios e pelo sistema científico com as técnicas, os treinos e os equipamentos.
Realizar atividades físicas sem pretensão de superar índices individuais para apenas sentir-se integrado ao meio ambiente; ser atraído para a prática de um esporte despojado de comparações atléticas; sentir-se satisfeito pela convivência com as pessoas; perceber a facilidade de acesso à prática das atividades físicas e esportivas oferecidas por uma estrutura de funcionamento organizada com segurança para a integridade pessoal de todos; tornar possível a realização do convívio social e seu aproveitamento, decorrente do esporte; favorecer uma prática esportiva que elimine diferenças no sentido de democratizar o bem estar: esses são alguns dos preceitos que nascem da prática do esporte hoje. Neste ensaio pretendemos caracterizar exatamente este esporte que se agrega aos valores do lazer.
Esporte Participação
O que assistimos hoje é o esporte renascendo para a transformação dos valores contemporâneos, talvez mais próximos do que Dumazedier (1979) chamava de esporte participação, ou, hoje, denominado esporte de lazer. A mudança do sentido na prática cotidiana do esporte de auto-rendimento para esporte de lazer ocorreu através da projeção do lazer enquanto elemento intrínseco à atividade humana, transformando as práticas esportivas no tempo livre em entretenimento, diversão, participação, bem estar e qualidade de vida.
Na década de 1970 iniciou-se uma ampla pesquisa para compreender a ressonância das atividades de tempo livre. Houve uma nítida metamorfose no conceito esporte, vinculado à performance máxima, a ambição do recorde e busca de reconhecimento. O esporte sempre fora ligado ao mito do super-homem, veiculado à ascensão social, principalmente em países de terceiro mundo, onde as oportunidades de emprego são escassas. A metamorfose, da década de 1970, foi exatamente na passagem do esporte de auto-rendimento para a busca do lazer
ESPORTE DE RENDIMENTO
O
esporte de alto rendimento é caracterizado basicamente pela competição. Todos
os esforços das pessoas envolvidas estão voltados justamente para a preparação
para a competição. Quando a vitória não vem todos estes esforços são questionados
e a lâmina da faca passa a roçar a garganta dos envolvidos. Basta ver a dança
dos técnicos e de suas comissões ao longo de uma só temporada no futebol.
Quando o psicólogo chega a um clube, se ainda não tiver experiência nessa área,
irá experimentar o fio da navalha por diversas vezes (se conseguir sobreviver
ao primeiro corte).
De nós é esperado não exatamente uma contribuição para a saúde e felicidade dos atletas. Espera-se uma substancial melhora de rendimento. Infelizmente a figura do psicólogo ainda á associada a situações de desespero e descontrole. A contratação de um psicólogo ainda é assunto, na maioria das vezes, quando a equipe não está conseguindo render (ganhar), e ninguém de dentro do clube consegue explicar porque. Aí se recorre ao psicólogo esperando-se dele uma grande e objetiva solução. De qualquer modo a inserção do profissional neste campo é permeada por alguns conflitos. É bastante comum que a sua atuação ocorra sob forte pressão.
Tão forte quanto a que se faz sobre os atletas e profissionais das comissões técnicas. Este é o ponto: a prática do esporte de alto rendimento se dá por meio de muitas cobranças voltadas à obtenção da vitória já. Para se atingir este objetivo passa-se por cima da saúde dos envolvidos. É comum aumentar a carga de treinamento, assim como forçar um atleta a jogar machucado. Ouvir o que ele quer, então, nem pensar. Para aqueles que se recusarem a partilhar destas práticas coercitivas a conseqüência mínima é a “geladeira”. A atuação do psicólogo em projetos que se utilizem do esporte como ferramenta pedagógica me parece bastante viável. O objetivo continua sendo a obtenção da saúde dos envolvidos. Mas no esporte de rendimento, onde a busca por resultados passa pela superação de limites de modos muitas vezes nada saudáveis ainda é bastante nebulosa. Será apenas um ideal romântico o de que um indivíduo feliz rende mais? Aí ficam algumas outras perguntas: qual o papel do psicólogo em situações como estás? Colaborar com o sistema manipulando atletas e profissionais? Ignorar o bem estar destas pessoas? Deixar o código de ética do lado de fora do campo? É possível, frente a estas questões, a atuação do psicólogo no esporte de rendimento? Contribua e deixe o seu comentário.
De nós é esperado não exatamente uma contribuição para a saúde e felicidade dos atletas. Espera-se uma substancial melhora de rendimento. Infelizmente a figura do psicólogo ainda á associada a situações de desespero e descontrole. A contratação de um psicólogo ainda é assunto, na maioria das vezes, quando a equipe não está conseguindo render (ganhar), e ninguém de dentro do clube consegue explicar porque. Aí se recorre ao psicólogo esperando-se dele uma grande e objetiva solução. De qualquer modo a inserção do profissional neste campo é permeada por alguns conflitos. É bastante comum que a sua atuação ocorra sob forte pressão.
Tão forte quanto a que se faz sobre os atletas e profissionais das comissões técnicas. Este é o ponto: a prática do esporte de alto rendimento se dá por meio de muitas cobranças voltadas à obtenção da vitória já. Para se atingir este objetivo passa-se por cima da saúde dos envolvidos. É comum aumentar a carga de treinamento, assim como forçar um atleta a jogar machucado. Ouvir o que ele quer, então, nem pensar. Para aqueles que se recusarem a partilhar destas práticas coercitivas a conseqüência mínima é a “geladeira”. A atuação do psicólogo em projetos que se utilizem do esporte como ferramenta pedagógica me parece bastante viável. O objetivo continua sendo a obtenção da saúde dos envolvidos. Mas no esporte de rendimento, onde a busca por resultados passa pela superação de limites de modos muitas vezes nada saudáveis ainda é bastante nebulosa. Será apenas um ideal romântico o de que um indivíduo feliz rende mais? Aí ficam algumas outras perguntas: qual o papel do psicólogo em situações como estás? Colaborar com o sistema manipulando atletas e profissionais? Ignorar o bem estar destas pessoas? Deixar o código de ética do lado de fora do campo? É possível, frente a estas questões, a atuação do psicólogo no esporte de rendimento? Contribua e deixe o seu comentário.