A importância da avaliação
física
Cada vez mais as pessoas têm adquirido o hábito da prática regular da atividade
física, seja ela espontânea ou controlada por profissional de educação física.
Em geral, essa opção pela incorporação do exercício físico aos hábitos
cotidianos de vida, traz importantes benefícios ao organismo nos mais variados
órgãos e sistemas, repercutindo de maneira favorável sobre a saúde geral do
indivíduo.
Obviamente, essa conduta em relação ao exercício físico deve ser encorajada nos mais variados níveis e segmentos da sociedade, dada sua eficácia cientificamente comprovada no tocante à prevenção de doenças, promoção da saúde e melhora dos níveis gerais de qualidade de vida. Entretanto, um aspecto comum a quase todas as realidades de prática do exercício físico (espontânea ou controlada), por parte da população em geral, seja nas academias, nos clubes, nas praças e parques, é a falta do processo de avaliação física.
Esse talvez seja o ponto negativo da crescente conscientização das pessoas em relação ao valor do exercício físico regular para as suas vidas. Infelizmente, o processo de avaliação física ainda carece de uma maior valorização, no sentido de cumprir com seu papel de componente imprescindível para a prática do exercício físico.
Mas o que é a avaliação e porque é tão importante? Avaliação consiste de um diagnóstico (uma interpretação) de um conjunto de dados ou informações obtidos por meio da realização de determinados testes (exames). Sim, eu disse diagnóstico!!! Para prescrever o programa de exercício mais adequado para uma pessoa, é imprescindível que se tenha um preciso diagnóstico funcional desse indivíduo, assim como o médico também necessita desse mesmo diagnóstico, feito a partir dos resultados dos exames (os quais ele deverá ser competente para interpretar, da mesma forma que o educador físico), para proceder com a melhor intervenção medicamentosa.
Para que um determinado programa de exercício físico seja lógico, objetivo, eficaz e individualizado, é indispensável, portanto, que venha precedido de um criterioso e qualificado processo de avaliação funcional. É provável que esse posicionamento cause espanto em alguns, discordância em outros, ou até certa incredulidade em vários, mas representa a mais pura constatação do óbvio, que para muitos é algo de difícil visualização e compreensão, além de se configurar, tão somente e apenas, como um posicionamento de pleno respeito às diretrizes e princípios do processo de prescrição de exercício físico. Porém, uma coisa é incontestável: somente a avaliação esclarece as características individuais e, portanto, somente ela permite que o programa de exercícios seja realmente individualizado, ou seja, totalmente indicado para determinado indivíduo, reduzindo as probabilidades do programa promover resultados sub-ótimos, não promover resultado algum, ou causar até alguns malefícios. Vamos então aos argumentos para a defesa da tese da indissociabilidade avaliação-prática de exercícios.
Primeiramente, quando as pessoas iniciam a prática do exercício físico, em geral, buscam promover melhoras em seus níveis de aptidão física e qualidade de vida. O que significa isso? Aptidão física significa estar apto para realizar um conjunto de tarefas motoras (físicas) cotidianas. A melhora da aptidão física implica, portanto, em aprimorar os denominados parâmetros da aptidão física, os quais, particularmente, divido em primários e secundários, a saber: as capacidades motoras condicionantes, de força muscular, resistência muscular, velocidade muscular e flexibilidade articular; além das capacidades motoras coordenativas, de coordenação motora global, de múltiplos membros e fina, o equilíbrio (estático, dinâmico e recuperado (descer do ônibus)), o ritmo, a coordenação espaço-tempo, etc. Vamos nos ater aos primeiros, para sermos mais objetivos.
Obviamente, o cotidiano motor das pessoas apresenta uma determinada gama de tarefas que é comum a todos, porém, existe um rol de tarefas motoras que se configura como mais específico do repertório de grupos (pessoas) específicos, marcadamente em função das atividades laborais e de lazer. Assim, os níveis de requerimento (exigência) de força muscular, de resistência, de flexibilidade e de velocidade, das tarefas motoras básicas e específicas de cada indivíduo, irão determinar o quanto cada um desses parâmetros deverá ser aprimorado para tornar essa pessoa mais apta para essas tarefas. Se minhas atividades laborais e de lazer são diferentes das de outras pessoas, parece óbvio que meu programa de exercícios deva ser adequado (individualizado) especificamente às minhas demandas.
E como será possível saber, inicialmente, o quão distante alguém está desses requerimentos de aptidão física necessários para se viver bem? Isso só é possível mediante um processo de avaliação física criterioso. É amplamente possível que uma pessoa, por exemplo, possua níveis adequados de flexibilidade articular e, no entanto, no mesmo segmento corporal, apresente baixos níveis de força muscular. Da mesma forma, o inverso pode acontecer com outro indivíduo. Se isso é detectado num processo de avaliação, parece lógico que os programas de exercícios desses indivíduos apresentem prioridades e estruturas diferentes e individualizadas. Sem a avaliação, isso jamais irá ocorrer.
Em segundo lugar, somente a avaliação nos permite pensar o programa de exercício de forma a estabelecer metas parciais e finais, ou seja, novamente conferir lógica e objetividade ao mesmo.
Considere, por exemplo, uma pessoa que tenha como atividade de lazer, o futebol aos finais de semana, enquanto outra tenha os jogos de tênis de campo. Novamente, fica muito claro que, para ambos, as demandas de exercícios não são as mesmas, uma vez que os requerimentos de força, resistência, flexibilidade e velocidade, tanto para membros superiores quanto inferiores, são determinados pelas especificidades de ambas as modalidades desportivas recreacionais. Desses níveis de requerimento, como está cada um desses indivíduos? Quanto cada um necessita aprimorar sua força e/ou flexibilidade para, por exemplo, evitar as lesões típicas dessa prática? Em que medida, a melhora da resistência pode otimizar os processos de recuperação do organismo e evitar resquícios da prática do domingo para alguns dias da semana e interferir até mesmo com as atividades laborais? Quanto será necessário de força e resistência para poder suportar mais jogos no mesmo dia e se satisfazer mais plenamente com o lazer? Quanto de cada uma dessas capacidades deve ser melhorado para evitar dores tardias associadas à prática do lazer? Essas e outras perguntas são facilmente respondidas com um adequado processo de avaliação.
Imagine agora, alguém que inicie a prática do exercício com o intuito de reduzir a gordura corporal, por apresentar sobrepeso ou obesidade. Qual é seu peso atual e, desse peso, qual a quantidade de gordura total que deve ser perdida? E, em função de seus níveis de força e resistência aeróbia atuais (detectados na avaliação), quais as possibilidades de trabalho dessa pessoa, quanto isso significa em gasto calórico diário e semanal e quanto tempo levará para que as metas de redução de gordura sejam atingidas? Qual a velocidade ótima de queima de gordura dessa pessoa (e certamente não é a mesma de outros obesos)? Haverá a necessidade ou não de dieta para o alcance dessas metas? Novamente, todas essas perguntas seriam facilmente respondidas com um adequado processo de avaliação.
Muitos profissionais de Educação Física se traem e acreditam estar realizando uma avaliação adequada, medindo somente parâmetros antropométricos (peso, estatura, circunferências, dobras cutâneas, etc). No entanto, sem a investigação e o conhecimento dos parâmetros funcionais, jamais será possível inferir sobre o que o indivíduo é capaz de fazer, o que ele precisa efetivamente melhorar, quanto algo deve ser melhorado e qual o tempo estimado para que essas melhoras aconteçam; ou seja, é impossível respeitar o indivíduo na sua individualidade (desculpem o pleonasmo, mas é proposital).
Lembre-se sempre que, prescrever programas de exercícios genéricos para várias pessoas sem um bom diagnóstico prévio, significa a mesma coisa que um médico prescrever medicamentos iguais para todos os pacientes, independentemente do quadro clínico de cada um, simplesmente porque não pediu nenhum exame para fazer o diagnóstico da doença eventualmente presente.
Obviamente, essa conduta em relação ao exercício físico deve ser encorajada nos mais variados níveis e segmentos da sociedade, dada sua eficácia cientificamente comprovada no tocante à prevenção de doenças, promoção da saúde e melhora dos níveis gerais de qualidade de vida. Entretanto, um aspecto comum a quase todas as realidades de prática do exercício físico (espontânea ou controlada), por parte da população em geral, seja nas academias, nos clubes, nas praças e parques, é a falta do processo de avaliação física.
Esse talvez seja o ponto negativo da crescente conscientização das pessoas em relação ao valor do exercício físico regular para as suas vidas. Infelizmente, o processo de avaliação física ainda carece de uma maior valorização, no sentido de cumprir com seu papel de componente imprescindível para a prática do exercício físico.
Mas o que é a avaliação e porque é tão importante? Avaliação consiste de um diagnóstico (uma interpretação) de um conjunto de dados ou informações obtidos por meio da realização de determinados testes (exames). Sim, eu disse diagnóstico!!! Para prescrever o programa de exercício mais adequado para uma pessoa, é imprescindível que se tenha um preciso diagnóstico funcional desse indivíduo, assim como o médico também necessita desse mesmo diagnóstico, feito a partir dos resultados dos exames (os quais ele deverá ser competente para interpretar, da mesma forma que o educador físico), para proceder com a melhor intervenção medicamentosa.
Para que um determinado programa de exercício físico seja lógico, objetivo, eficaz e individualizado, é indispensável, portanto, que venha precedido de um criterioso e qualificado processo de avaliação funcional. É provável que esse posicionamento cause espanto em alguns, discordância em outros, ou até certa incredulidade em vários, mas representa a mais pura constatação do óbvio, que para muitos é algo de difícil visualização e compreensão, além de se configurar, tão somente e apenas, como um posicionamento de pleno respeito às diretrizes e princípios do processo de prescrição de exercício físico. Porém, uma coisa é incontestável: somente a avaliação esclarece as características individuais e, portanto, somente ela permite que o programa de exercícios seja realmente individualizado, ou seja, totalmente indicado para determinado indivíduo, reduzindo as probabilidades do programa promover resultados sub-ótimos, não promover resultado algum, ou causar até alguns malefícios. Vamos então aos argumentos para a defesa da tese da indissociabilidade avaliação-prática de exercícios.
Primeiramente, quando as pessoas iniciam a prática do exercício físico, em geral, buscam promover melhoras em seus níveis de aptidão física e qualidade de vida. O que significa isso? Aptidão física significa estar apto para realizar um conjunto de tarefas motoras (físicas) cotidianas. A melhora da aptidão física implica, portanto, em aprimorar os denominados parâmetros da aptidão física, os quais, particularmente, divido em primários e secundários, a saber: as capacidades motoras condicionantes, de força muscular, resistência muscular, velocidade muscular e flexibilidade articular; além das capacidades motoras coordenativas, de coordenação motora global, de múltiplos membros e fina, o equilíbrio (estático, dinâmico e recuperado (descer do ônibus)), o ritmo, a coordenação espaço-tempo, etc. Vamos nos ater aos primeiros, para sermos mais objetivos.
Obviamente, o cotidiano motor das pessoas apresenta uma determinada gama de tarefas que é comum a todos, porém, existe um rol de tarefas motoras que se configura como mais específico do repertório de grupos (pessoas) específicos, marcadamente em função das atividades laborais e de lazer. Assim, os níveis de requerimento (exigência) de força muscular, de resistência, de flexibilidade e de velocidade, das tarefas motoras básicas e específicas de cada indivíduo, irão determinar o quanto cada um desses parâmetros deverá ser aprimorado para tornar essa pessoa mais apta para essas tarefas. Se minhas atividades laborais e de lazer são diferentes das de outras pessoas, parece óbvio que meu programa de exercícios deva ser adequado (individualizado) especificamente às minhas demandas.
E como será possível saber, inicialmente, o quão distante alguém está desses requerimentos de aptidão física necessários para se viver bem? Isso só é possível mediante um processo de avaliação física criterioso. É amplamente possível que uma pessoa, por exemplo, possua níveis adequados de flexibilidade articular e, no entanto, no mesmo segmento corporal, apresente baixos níveis de força muscular. Da mesma forma, o inverso pode acontecer com outro indivíduo. Se isso é detectado num processo de avaliação, parece lógico que os programas de exercícios desses indivíduos apresentem prioridades e estruturas diferentes e individualizadas. Sem a avaliação, isso jamais irá ocorrer.
Em segundo lugar, somente a avaliação nos permite pensar o programa de exercício de forma a estabelecer metas parciais e finais, ou seja, novamente conferir lógica e objetividade ao mesmo.
Considere, por exemplo, uma pessoa que tenha como atividade de lazer, o futebol aos finais de semana, enquanto outra tenha os jogos de tênis de campo. Novamente, fica muito claro que, para ambos, as demandas de exercícios não são as mesmas, uma vez que os requerimentos de força, resistência, flexibilidade e velocidade, tanto para membros superiores quanto inferiores, são determinados pelas especificidades de ambas as modalidades desportivas recreacionais. Desses níveis de requerimento, como está cada um desses indivíduos? Quanto cada um necessita aprimorar sua força e/ou flexibilidade para, por exemplo, evitar as lesões típicas dessa prática? Em que medida, a melhora da resistência pode otimizar os processos de recuperação do organismo e evitar resquícios da prática do domingo para alguns dias da semana e interferir até mesmo com as atividades laborais? Quanto será necessário de força e resistência para poder suportar mais jogos no mesmo dia e se satisfazer mais plenamente com o lazer? Quanto de cada uma dessas capacidades deve ser melhorado para evitar dores tardias associadas à prática do lazer? Essas e outras perguntas são facilmente respondidas com um adequado processo de avaliação.
Imagine agora, alguém que inicie a prática do exercício com o intuito de reduzir a gordura corporal, por apresentar sobrepeso ou obesidade. Qual é seu peso atual e, desse peso, qual a quantidade de gordura total que deve ser perdida? E, em função de seus níveis de força e resistência aeróbia atuais (detectados na avaliação), quais as possibilidades de trabalho dessa pessoa, quanto isso significa em gasto calórico diário e semanal e quanto tempo levará para que as metas de redução de gordura sejam atingidas? Qual a velocidade ótima de queima de gordura dessa pessoa (e certamente não é a mesma de outros obesos)? Haverá a necessidade ou não de dieta para o alcance dessas metas? Novamente, todas essas perguntas seriam facilmente respondidas com um adequado processo de avaliação.
Muitos profissionais de Educação Física se traem e acreditam estar realizando uma avaliação adequada, medindo somente parâmetros antropométricos (peso, estatura, circunferências, dobras cutâneas, etc). No entanto, sem a investigação e o conhecimento dos parâmetros funcionais, jamais será possível inferir sobre o que o indivíduo é capaz de fazer, o que ele precisa efetivamente melhorar, quanto algo deve ser melhorado e qual o tempo estimado para que essas melhoras aconteçam; ou seja, é impossível respeitar o indivíduo na sua individualidade (desculpem o pleonasmo, mas é proposital).
Lembre-se sempre que, prescrever programas de exercícios genéricos para várias pessoas sem um bom diagnóstico prévio, significa a mesma coisa que um médico prescrever medicamentos iguais para todos os pacientes, independentemente do quadro clínico de cada um, simplesmente porque não pediu nenhum exame para fazer o diagnóstico da doença eventualmente presente.
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